Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo nos casos de divórcios relacionados ao vício em apostas. Esse fenômeno, que afeta tanto as finanças quanto as relações interpessoais, tem se tornado uma preocupação crescente entre advogados e terapeutas familiares.
A advogada Audrey Cardoso Scattolin, de Americana, São Paulo, relatou que entre 2022 e 2023, 80% dos divórcios em seu escritório estavam ligados a esse tipo de vício. O caso de Felipe, que viu seu casamento de 12 anos desmoronar devido ao seu vício em apostas, é apenas um exemplo entre muitos.
Ele perdeu cerca de 40 mil reais em apostas e se tornou ausente no convívio familiar, levando sua esposa a pedir o divórcio. Este cenário é comum entre muitos brasileiros que enfrentam problemas semelhantes, resultando em separações e desafios financeiros.
Como o Vício em Apostas Afeta as Famílias?
O vício em jogos de azar, muitas vezes alimentado pela promessa de ganhos fáceis, pode ter consequências devastadoras para as famílias. Além das perdas financeiras, que podem incluir a venda de bens como carros e casas, o vício afeta profundamente as relações interpessoais. Em alguns casos, indivíduos recorrem a agiotas para continuar jogando, agravando ainda mais a situação financeira e emocional.
As apostas esportivas, especialmente no futebol, são uma forma popular de jogo no Brasil. As “bets”, como são conhecidas, operam com base em um sistema de cota fixa, onde cada detalhe de um evento esportivo pode ser motivo de aposta. Essa prática se torna especialmente atraente devido à paixão nacional pelo futebol, tornando difícil para muitos assistir a uma partida sem sentir a necessidade de apostar.
Como a Sociedade Pode Ajudar a Combater o Vício em Apostas?
Especialistas afirmam que o diálogo na família é crucial para identificar e tratar problemas relacionados ao vício em jogos de azar. Além disso, o Estado tem um papel fundamental ao regulamentar as casas de apostas e promover campanhas de conscientização sobre os riscos dos jogos de azar.