Economistas estão com pé atrás sobre o impacto do pacote de Haddad
A apresentação do pacote de contenção de gastos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou reações mistas entre economistas e especialistas. Embora o governo tenha prometido uma economia de R$ 327 bilhões até 2030, o mercado financeiro expressou frustração com as medidas, apontando uma falta de compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um ajuste fiscal mais robusto.
O pacote é dividido em duas fases: R$ 72 bilhões entre 2025 e 2026 e R$ 255 bilhões entre 2027 e 2030. No entanto, economistas questionam se esses valores serão efetivamente alcançados, dado que ajustes fiscais tendem a ter impacto mais significativo a médio e longo prazo, como ocorreu na reforma da Previdência em 2019.
A proposta de isenção de Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5.000 também gerou críticas. Segundo especialistas, a medida pode aumentar a inflação e resultar em elevações da taxa de juros. Além disso, outras iniciativas, como a mudança na política do salário mínimo, foram ofuscadas pela proposta do IR.
A dívida pública brasileira, que atingiu 78,6% do PIB em outubro, é outra preocupação. Economistas alertam que, sem ajustes mais expressivos, o Brasil não conseguirá estabilizar sua dívida, que deve ultrapassar 81% do PIB em 2026.
Especialistas como Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, acreditam que será necessário um novo ajuste fiscal de grande porte na próxima administração. O governo, por sua vez, tenta recuperar a confiança, afirmando que o pacote não é a solução final para os problemas fiscais do país.
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