Brasil poderá ser responsável por abastecer o mundo inteiro com este produto
O Brasil, já reconhecido como um dos maiores produtores de café do mundo, pode se consolidar ainda mais como uma potência no setor nos próximos 25 anos. Esta perspectiva surge em meio a desafios globais, como quebras de safras, redução de estoques e volatilidade nos preços da commodity. A análise foi apresentada por Marcos Troyjo durante a 30ª edição do Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé), realizado em Campinas, São Paulo.
As mudanças nas relações comerciais globais, impulsionadas por políticas como as implementadas pelo governo dos Estados Unidos, também afetam o mercado do café. A chamada “trumpulência” descreve a incerteza gerada por essas políticas, que impactam diretamente o comércio internacional e criam novas oportunidades e desafios para países produtores de café, como o Brasil.
Quais são os desafios e oportunidades para o Brasil no mercado de café?
O crescimento populacional em países asiáticos e africanos, como Índia, Paquistão e Nigéria, promete expandir o mercado consumidor de café até 2050. O Brasil, com sua vantagem competitiva na produção de alimentos, está bem posicionado para atender a essa demanda crescente. No entanto, o país enfrenta o desafio de agregar valor ao seu café e manter a qualidade para o mercado interno.
As turbulências geopolíticas, especialmente as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, podem abrir novas oportunidades para o Brasil. Com uma política de desburocratização tributária, o país pode ampliar suas parcerias comerciais, reduzindo a dependência dos Estados Unidos e explorando novos mercados.
Como está a projeção da safra de café no Brasil?
O banco Rabobank revisou para baixo a projeção da safra de café 2025/26 no Brasil, estimando 62,8 milhões de sacas, uma redução de 6,4% em relação ao ciclo anterior. O café arábica, em particular, deve sofrer uma queda de 13,6% devido ao clima seco de 2024, que afetou a florada.
Em contrapartida, o café robusta deve atingir um recorde de 24,7 milhões de sacas, com um crescimento de 7,3%. Apesar da desaceleração nas exportações brasileiras de café no primeiro trimestre de 2025, a entrada da nova safra a partir de junho ou julho pode melhorar a situação.