Alimento indispensável na mesa do brasileiro pode sofrer com o aquecimento global
O arroz é um alimento essencial para mais da metade da população mundial, superando o trigo e o milho em consumo diário. No entanto, um novo estudo trouxe à tona preocupações sobre o aumento dos níveis de arsênio no arroz devido às mudanças climáticas. À medida que as emissões de carbono aumentam e a Terra aquece, os níveis de arsênio no arroz também tendem a subir, representando um risco potencial à saúde.
A presença de arsênio no arroz não é novidade. Este elemento químico, que ocorre naturalmente, pode se acumular no solo dos arrozais, contaminando os grãos. Embora as quantidades de arsênio possam variar, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece limites máximos tolerados para garantir a segurança alimentar. No Brasil, a concentração permitida é de 0,20 mg/kg para arroz branco e 0,35 mg/kg para arroz integral.
Como as Mudanças Climáticas Afetam o Arsênio no Arroz?
Pesquisadores cultivaram 28 variedades de arroz em diferentes locais na China ao longo de uma década, observando que os níveis de arsênio aumentavam com o crescimento das concentrações de dióxido de carbono (CO₂) e das temperaturas. Este fenômeno pode resultar em milhões de casos adicionais de câncer, conforme estimativas baseadas nos níveis atuais de consumo de arroz.
O estudo destaca que o arsênio inorgânico, uma forma mais tóxica do elemento, pode ser mais facilmente absorvido pelas plantas de arroz em condições de solo inundado, comuns nos arrozais. As bactérias anaeróbicas no solo utilizam o arsênio como alternativa ao oxigênio, aumentando sua biodisponibilidade para as plantas.
Quais São os Riscos à Saúde Associados ao Arsênio?
O arsênio inorgânico é conhecido por seus efeitos adversos à saúde, incluindo o aumento do risco de câncer, doenças cardiovasculares e diabetes. A exposição crônica, mesmo em pequenas quantidades, pode ter impactos significativos, especialmente em populações que consomem arroz em excesso.
Nos Estados Unidos, por exemplo, uma revisão recente da Agência de Proteção Ambiental (EPA) revelou que o arsênio é um carcinógeno mais potente do que se pensava anteriormente.