Diga adeus ao auxílio-gás em 2025: verba vai cair mais de 80%


O governo federal apresentou uma proposta que pretende utilizar os recursos do pré-sal para custear o auxílio-gás a partir de 2025. Com essa mudança, a verba destinada ao programa terá uma redução significativa, caindo de R$ 3,5 bilhões para R$ 600 milhões por ano. Mesmo com essa redução, a projeção é que o número de famílias beneficiadas aumente de 5,5 milhões para 6 milhões.

Essa proposta foi incluída no projeto de lei do Orçamento de 2025, que foi enviado ao Congresso Nacional no dia 30 de setembro de 2024. O principal objetivo é reestruturar a forma como o auxílio é concedido, uma vez que atualmente ele é pago bimestralmente, junto com o Bolsa Família.

Como Funcionará o Novo Modelo de Auxílio-Gás?

No novo modelo proposto pelo governo, em vez dos beneficiários receberem diretamente o auxílio em dinheiro, como ocorre atualmente, o governo concederá descontos às revendedoras de gás. Essas empresas serão então compensadas pela Caixa Econômica Federal. Essa mudança visa aumentar a eficiência e reduzir os custos administrativos do programa.

No entanto, essa proposta tem gerado controvérsias. Especialistas criticam o fato de que colocar os subsídios fora do orçamento federal e do limite de gastos pode abrir espaço para questionamentos de órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União (TCU).

Quais Serão as Fontes de Recursos para o Auxílio-Gás?

De acordo com a proposta, o Tesouro Nacional deixará de receber parte das receitas provenientes da exploração do petróleo no pré-sal que cabem à União. Esses valores seriam diretamente transferidos para a Caixa Econômica Federal, que se tornaria a principal operadora do auxílio-gás.

Implicações Fiscais e Econômicas

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, informou que essa reestruturação no programa de auxílio-gás não comprometerá a revisão de aproximadamente R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias. “A avaliação da equipe econômica é sobre a compatibilidade com o arcabouço fiscal e o orçamento, sem prejudicar a economia”, disse Durigan.

Como a Proposta Impacta as Despesas Públicas?

Gustavo Guimarães, secretário executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, explicou que o impacto do programa no orçamento será compensado dentro dos limites de gastos e da meta de déficit fiscal. Segundo ele, se o governo deixar de arrecadar essas receitas para repassá-las à Caixa, haverá necessidade de ajustes em outras áreas.

  • Redução de despesas discricionárias (não obrigatórias).
  • Revisões em outras políticas obrigatórias.
  • Ajustes nas receitas e despesas futuras.

“Se formos pela via orçamentária, será necessário enquadrar ou reduzir despesas discricionárias ou fazer revisões em outras políticas obrigatórias. Se for por subsídio, lembrando que o regime fiscal sustentável conecta diretamente receitas e despesas, a redução das receitas implicará em ajustes no futuro espaço destinado às despesas”, detalhou Guimarães.

O Que as Mudanças Representam para os Beneficiários?

Para os milhões de brasileiros que dependem do auxílio-gás, as mudanças preveem uma forma diferente de recebimento do benefício. Embora a efetividade do novo modelo só seja comprovada após sua implementação, a proposta visa oferecer uma forma mais eficiente de distribuição dos recursos, com intuito de beneficiar um número maior de famílias e reduzir os custos administrativos globalmente.

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