Método incomum que fez múmia do século 18 manter-se preservada surpreendeu até pesquisadores

Ao longo dos séculos, diversas culturas ao redor do mundo desenvolveram métodos distintos de embalsamamento, cada um refletindo as tradições e recursos disponíveis em suas regiões. Recentemente, uma equipe internacional de pesquisadores desvendou uma técnica inédita de mumificação ao analisar uma múmia excepcionalmente bem preservada em uma vila austríaca. Este estudo foi publicado na revista Frontiers in Medicine e revelou detalhes fascinantes sobre um método até então desconhecido.

A múmia em questão é do vigário paroquial Franz Xaver Sidler von Rosenegg, que faleceu em 1746. O corpo foi encontrado na cripta da igreja de St. Thomas am Blasenstein. O excelente estado de preservação do cadáver se deve a um método único de embalsamamento, que envolveu o preenchimento do abdômen com materiais como lascas de madeira, galhos e tecidos, além do uso de cloreto de zinco para promover a secagem interna.

Como foi realizada a análise da múmia?

Para entender melhor essa técnica de embalsamamento, a equipe de pesquisadores realizou uma série de análises, incluindo tomografia computadorizada, autópsia focal e datação por radiocarbono. A parte superior do corpo estava bem preservada, enquanto as extremidades inferiores e a cabeça apresentavam sinais de deterioração. Durante a investigação, foram encontrados diversos materiais estranhos na cavidade abdominal e pélvica, como lascas de madeira de abeto e fragmentos de galhos.

Esses materiais, facilmente encontrados na região e época, foram essenciais para a preservação do corpo. Eles absorveram grande parte dos fluidos corporais, contribuindo para o estado de conservação da múmia. Este método é diferente dos mais conhecidos, onde o corpo é aberto para ser preparado, sugerindo que essa técnica pode ter sido mais comum do que se imagina.

Quem era Franz Xaver Sidler von Rosenegg?

A identidade da múmia foi confirmada como sendo do vigário Franz Xaver Sidler von Rosenegg, com base em registros históricos e na análise dos restos mortais. Ele viveu entre 1734 e 1780, e sua dieta era rica em grãos da Europa Central, produtos de origem animal e, possivelmente, peixes de água doce. Exames indicam que ele pode ter sofrido de escassez de alimentos no final da vida, possivelmente devido à Guerra da Sucessão Austríaca.

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